Por Uma Geração Responsável

13-02-2017 21:30

 

Hoje, falo de um tema que não poderia estar mais relacionado com o intuito deste espaço de reflexão, um tema que é dos que me mais preocupa e que me fez aceitar a entusiasmante oportunidade de colaborar neste projecto: a intervenção dos estudantes na vida escolar e extra-escolar. Não é surpresa nenhuma afirmar que cada vez mais se vai observando um desinteresse maior dos jovens ao nível da participação cívica. Nesse sentido, julgo que temos de analisar esta temática tendo em conta o próprio jovem e o ambiente que o rodeia.

Podemos afirmar que a maior parte dos jovens não se interessa o suficiente, é verdade, e enquanto jovens temos de nos consciencializar dessa realidade e tentar alterá-la. Os pais também devem ter um papel activo nesta questão, pois são eles que dão o exemplo aos filhos. O que foi referido já seria um grande passo, mas não é suficiente, e se da parte dos jovens há um desinteresse, também o há por parte de muitas instituições em que eles podem participar e ser activos. Porque é que as Associações de Estudantes não passam de concursos de popularidade em 90% das vezes e depois de serem eleitas pouco ou nada fazem? (respeito bastante todas as que contrariam esta tendência) Porque é que a maior parte dos alunos nunca ouviu falar num Conselho Geral de agrupamento? Porque é que a maior parte das organizações cívicas sempre que aborda os jovens procura um contributo monetário ao invés da sua participação com ideias? (Felizmente cada vez mais vemos associações como a Refood ou o Banco Alimentar a optarem pela segunda hipótese, mas são muitas organizações que não o fazem) Porque é que o desporto escolar não é mais incentivado pela escola? Porque é que as juventudes partidárias não conseguem cativar o número de jovens desejado? Todos estes exemplos provam que a falha não existe só da nossa parte, jovens. As instituições em que podemos ter papel activo também devem mudar. Podemos ser nós a fazer um pouco essa mudança mas precisamos que essa mudança também se faça por parte das instituições. Por exemplo, um alargamento do poder das Associações de Estudantes ao nível do ensino secundário, apenas um pequeno exemplo do que pode e, a meu ver, deve ser feito.

Esta questão é de extrema importância. De que serve o interesse se há uma falha na forma como se cativa esse interesse? Não serve. É mais que necessário mudarmos estes dois focos: o interesse dos mais jovens e o ambiente que os rodeia. Por tudo isto, na minha modesta opinião, aproximam-se tempos que serão bastante difíceis para a minha e para as futuras gerações (a nível social, político e económico).

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