É pelo Associativismo que vamos!
18-10-2016 21:19
A partir de meados da década de 80 foi proposto um novo modelo de ação, visando a elaboração e implantação de políticas públicas através de uma parceria entre governo e sociedade. Este mesmo modelo é pautado maioritariamente pela ideia de ampliação da participação da sociedade nos assuntos públicos consubstanciada na Constituição de 1988. Assim sendo, a própria sociedade foi chamada a organizar-se para a participação ativa na delineação de ações e projetos voltados para as suas reais necessidades, sob a ótica da distinção de responsabilidades entre governo e população.
É introduzido, deste modo, o conceito de associativismo. O associativismo, a meu ver, funciona como um “agente socializador de jovens”, potenciando o fortalecimento de redes de compromisso, numa lógica de comunidade. Segundo a minha perspetiva, o associativismo revela-se agora como um dos mais sustentáveis pilares da sociedade, na sua essência.
Atentemos ainda nas associações juvenis. Estas que, funcionando como verdadeiras escolas de cidadania, formam jovens cidadãos ativos, já que se baseiam numa tomada conjunta de decisões, na necessidade de trabalho em equipa e cujo maior desafio passa sempre por se inovarem e renovarem constantemente. A participação por parte dos jovens neste tipo de associações desperta a sua reflexão crítica, criatividade e capacidade de intervenção nas
mais diversas realidades em que se inserem.
Desde associações cuja bandeira principal é a solidariedade, funcionando por voluntariado e em auxílio dos mais desfavorecidos, a associações com fins lucrativos, os objetivos e finalidades das associações presentes na nossa sociedade são o mais ecléticos possíveis. Tomemos agora como exemplo os Bombeiros Voluntários. Esta associação é provavelmente uma das maiores e mais antigas associações presentes no nosso país, contudo, não deixa de ser imprescindível. Pergunto, caso esta não existisse, qual seria o nosso auxílio num momento de extrema necessidade como um problema de saúde espontâneo?
Se por um lado por vezes podemos julgar os jovens (e também menos jovens) por apatia, por outro lado, quando estes se revelam proativos e dinâmicos eles mesmos acabam por ser acusados de terem outros interesses, não poderem colaborar por “falta de experiência”. Tristemente, muitas são ainda as pessoas se acomodam a ver as coisas por uma perspetiva externa e que se limitam a “cuspir para o ar” de tempos a tempos.
Ao longo de toda a minha vida fui parte ativa de diversas associações e isso apenas me enriqueceu. Durante estes anos tive oportunidade de contactar com pessoas que nunca conheceria se tivesse ficado em casa, desenvolvi competências e capacidades, dei voz às ideias de outras pessoas e isso só me deixa feliz e com vontade de fazer mais e melhor com um orgulho indescritível dentro de mim.
Galileu Galilei foi mais sucinto do que eu e limitou-se a enunciar: "A posição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento."